“Have I gone mad? I’m afraid so. You’re entirely bonkers,
but I’ll tell you a secret. All the best people are.”
– The Mad Hatter, Alice’s Adventures in Wonderland
Ora, cá estamos, não é?
Não sei vocês, mas eu estou aqui
por um mero acaso desta vida…
Um mero acaso que levou um
rapazito franzino de Ourém no alto dos seus 18 anos de idade ir lutar por uma
vida diferente, melhor e cheia de desafios que o cantinho onde nasceu não lhe oferecia
e que acabou como gerente de um minimercado de Caracas, onde tinha como vizinha
da frente uma rapariga linda de morrer e com um sorriso perfeito e arrebatador
(e outras coisas formosas que chamaram a atenção do rapazito franzino de
Ourém…[wink, wink]) que o conquistou por
completo.
Embalaram os dois pombinhos na
melhor aventura de sempre, tornaram-se sócios na vida e nos negócios e tiveram
duas lindas criaturas (uma mais linda que a outra, não vou dizer quem é quem…),
e, fugindo de um idiota de boina vermelha e ideias pelas quais se verteu também
muito vermelho, decidiram trazê-las para este lindo sítio cheio de outras
tantas criaturas e aventuras…Sim, o rapazito teve de voltar para Portugal
(Venezuela foi só uma voltinha para uma pessoa não enjoar).
A criatura mais nova veio somente
com um aninho de idade, a outra criatura mais idosa veio com onze anos…quase
doze…e foram parar à cidade do Zé Povinho.
Chegaram num dia de sol e frio de
rachar de Novembro e cá ficaram a levar com o frio de rachar e o calor infernal,
anos após anos…
Até que, em mais uma aventura
(que o destino decidiu) a criatura mais velha teve uma cria, uma cria com pestanas
do tamanho de abanicos, mais sentido de humor que muito comediante de stand-up que por aí anda e de uma
bondade extrema, e que é a melhor coisa e maior aventura que a criatura mais
velha teve na vida.
Mais uns anitos passados, a
criatura mais velha, tirou um curso entediante, mas de escolha responsável (e do qual quer escapar um pouco porque
a alma dela foge-lhe a cada ano que passa nestas andanças [sei que haverá
chefes da criatura mais velha a ler, pedimos desculpa pelo incómodo, a culpa
não é vossa, é do curso e não se preocupem que vou continuar a dar o meu melhor
e não, não vou desistir assim sem mais, senão já o tinha feito]), sendo este blog um pouco a escapatória desse
mundo mais cinzento onde a criatura mais velha conscientemente se meteu e onde conscientemente
ainda se encontra.
Depois de muito desassossego
nesta vida, e muitos altos e baixos, eis que a criatura mais velha encontrou o
amor da sua vida (um jeitoso de 1,83m, olhinho claro, covinha na bochecha e
muito romântico [como a sua mãe bem avisou]), com quem casou, e que lhe trouxe
mais três lindas surpresas, com idades entre os 6 e os 11 anos, que a criatura
mais velha ama de coração, embora por vezes tenha vontade de retornar ao
remetente, mas com todo o amor do mundo (brincadeira, sou uma sortuda com estes
pirralhos fofinhos e traquinas, normalmente é o cansaço quem dá cabo de mim).
Pronto. E mal resumido e
explicado, cá estamos, não é? Na Tentativa de encontrar pessoas que estão desesperadas
como esta Criatura-Mais-Velha que está a tentar não enlouquecer, ou pelo menos
a tentar não enlouquecer sozinha com os desesperos do dia-a-dia, presentes,
passados e futuros, e que vai aqui deixar pensamentos do quotidiano para quem
queira não se sentir a enlouquecer sozinho e queira partilhar a sua loucura
também.
Da vossa Criatura-Mais-Velha