domingo, 27 de abril de 2025

Tentativa #12 – Supersticiosa

 Evitar superstições é outra superstição.

Francis Bacon.

Ora, cá estamos de novo, para mais uma tentativa, mas, desta feita, e como já estou farta de ativar o lado negativo do cérebro, apetece-me falar de um assunto que sempre achei engraçado porque, normalmente, por um motivo ou outro, leva as pessoas a se contradizerem, e isso é sempre giro de se ver.

Então, o tema, claro está, são as superstições.

Uma superstição é, segundo o meu grande amigo Priberam – Dicionário Online, o seguinte:

1.Sentimento de veneração religiosa fundada no temor ou ignorância e que conduz geralmente ao cumprimento de falsos deveres, a quimeras, ou a uma confiança em coisas ineficazes.

2. Opinião religiosa fundada em preconceitos ou crendices.

3. Presságio que se tira de acidentes e circunstâncias meramente fortuitas.”

No entanto, aqui o Priberamzito está a ser um tanto ou quanto “provocador”, porque põe no mesmo saco superstição e religião…ai, ai, ai, Priberam, olha os cancelamentos e cenas.

É que na verdade, entende-se que há diferenças (pelo menos em teoria e para quem quer acreditar nestas cenas todas).

Há diferenças não só entre superstição e religião, como entre a superstição e a astrologia, os rituais e as crenças. Não se pode misturar, oh malandro!

A superstição, atendendo a um conceito mais neutro, diria que é o é o que refere o Priberam no ponto 3 da definição, e, ainda, situações ou atos em que acreditamos e atitudes ou comportamentos que tomamos que podem ser considerados irracionais, baseados no entendimento de que esses atos ou comportamentos, só porque sim, e porque acreditamos nisso com força suficiente, influenciarão o nosso destino ou o acontecimento de outras ocorrências.

Já a religião, embora haja quem entenda que também não passa de ideias e comportamentos irracionais de um grupo de pessoas que pensam todas da mesma forma, tem como diferença o facto de se acreditar num poder ou ser superior ou em um conjunto de princípios e valores que fornecem um sentido e significado à vida, com práticas que visam a conexão com o sagrado e com o espiritual.

Já a astrologia, como todos bem sabem, é donde surgem as nossas verdades absolutas, porque naquele dia em específico, a todas as pessoas deste mundo, do signo Sagitário vai acontecer o que as estrelas, as cartas e/ou os búzios estão a dizer que vai acontecer. Estou a ser mazinha e hipócrita, até porque de vez em quando, sobretudo em tempos de aperto vou dar um olhinho na astrologia, nem que seja para me descansar por uns minutos em que acredito plenamente no destino puro e duro.

Na verdade, a astrologia diferencia-se das superstições porque, é tida como uma forma de nos compreendermos a nós mesmo e ao universo, consistindo num sistema simbólico que revela padrões da alma humana – pronto, isso e o horóscopo, que é o que aqui a lindinha gosta mais de ir ver de vez em quando.

Por sua vez, as crenças e os rituais são, respetivamente, comportamentos gerados pelas nossas experiências ou as do meio em que vivemos, e interações entre grupos sociais ou culturais, com certos simbolismos, normalmente associados à religião. 

Perante estas áreas de estudo, a superstição é que o que acho mais engraçado porque, normalmente, mesmo que “não se acredite”, não existe uma alminha neste lindo mundo que não cumpra com uma ou outra superstição “pelo sim, pelo não” ou porque “mal não faz e nunca se sabe”, ou se existem são unicórnios.

Mas o que achei curioso é o papel da superstição na psicologia, porque, mesmo considerando que não tem fundamento científico e que raramente faz sentido, podemos usar as superstições, consciente ou inconscientemente, como um mecanismo de redução da ansiedade e onde entregamos ao Universo e ao acaso a resolução de situações de que nos geram incerteza ou medo.

A superstição ajuda muito em momentos em que já não se sabe bem o que fazer para resolver a situação de forma lógica e racional, e então, recorre-se àqueles “truques” que a avó e a mãe sempre fizeram e que “resultaram”.

Eu sinceramente, não vivo nada em função disso, raramente penso nessas coisas porque quem me conhece bem sabe que sou uma pessoa super racional, lógica e objetiva, e então nem acredito nessas coisas.

Só de vez em quando é que só para não haver problemas ou mesmo para resolver um ou outro que queira surgir é que faço assim uma coisinha ou outra, mas nada demais.

Por exemplo, só assim para ver se o dinheiro vem tenho uma folha de louro na carteira. Mal não faz e nunca se sabe.

Às vezes se a coisa não está a correr como devia e parece que me sinto assim meio com a aura pesada, vai um banho de sal e queimo pau santo.

Não aprecio passar por baixo de escadotes, que já ouvi dizer que depois acontecem coisas que não devem.

Se se diz algo que não quero que aconteça, nunca está demais bater três vezes na madeira.

Varrer os pés é uma coisa proibida desde que me lembro, não pode, não deve, não se faz de todo.

Se uma pessoa seca as mãos à mesma toalha que eu largo logo, mas só por uma questão de respeito, claro, não é porque toda a minha vida ouvir dizer que se duas pessoas secarem as mãos à mesma toalha depois discutem uma com a outra.

Andar com um olho de boi na carteira ou na mala também não custa, não é? E assim as boas vibrações vêm com mais força, também o olho é levezinho, uma pessoa nem dá conta que o tem.

Mas só faço estas coisas, nada de superstições, porque isso não faz sentido nenhum, nem tem qualquer base ou fundamento científico. Nem sei como ainda existem superstições no mundo modernos, mas pronto, olha, é o que temos.

E vocês são supersticiosos?

PS: Já agora, e só porque me apetece partilhar o assunto, e porque pode ser que leve alguém a tentar, informo com orgulho que conclui com nota máxima o desafio dos 30 dias! Foram 30 dias sem uma gota de álcool, sem doces, sem fritos, sem comida processada e a comer muita coisinha boa, normalmente de cor verde e, ainda, 30 dias sem ver vídeos parvos e sem qualquer tipo de interesse ou objetivo, a ler mais frequentemente e a fazer exercício pelo menos 3 vezes por semana. Epa, e não é que resultou? Estou livre, leve (física – com menos 3kg -e mentalmente) e solta e recomendo vivamente! Tudo o que dizem por aí é verdade, não é mito nem superstição, tenho muito mais energia, paciência e clareza de pensamento nesta cabecinha linda! Experimentem que vão gostar (primeiro vão dizer muitas asneiras e questionar porquê se estão a fazer isso a vocês próprios, mas depois vão gostar muito!). Força com isso, por vocês e para vocês!

Beijo!

Da vossa Criatura-Mais-Velha!