domingo, 16 de fevereiro de 2025

Tentativa #2 – Então, vamos a isso...

O medo derrota mais pessoas 

que qualquer outra coisa no Mundo” 

– Ralph Waldo Emerson.

 

Nunca se perguntaram como chegaram onde estão agora e porquê se transformaram no que são?

Eu dia sim, dia sim pergunto-me isso e por vezes fico orgulhosa, mas na maior parte das vezes fico em desespero (quem diria...o título do blogue nem é spoiler, nem nada…).

Como é que estou em Portugal? Como é que estou numa carreira que nada tem a ver com artes ou com mecânica? Como é que tenho uma filha e três enteados, um marido e um gato? Como tenho a sorte de ter a família maluca e maravilhosa que tenho? Como é que nunca tive coragem para ir atrás do que realmente quero a nível profissional? Porquê sou tão forreta e não aproveito mais a vida? Porque não sigo um plano até ao fim? Como é que aos meus 35 anos (praticamente uma anciã na época dos Reis…mas com a sabedoria do bobo da corte) ainda na verdade não sei bem o que quero fazer da vida?

Nisto tudo, o pior dos pensamentos para mim, e o mais recorrente, é: não é isto que quero fazer da minha vida…

Mas se me perguntares “então o que queres fazer?” a minha resposta é: Não sei… Só sei que me sinto presa e sem saber como sair disto.

É complicado (para não dizer palavras feias que ainda é cedo para isso), é uma emoção complexa, chata, escura, angustiante, aparentemente sem sentido e sem fim.

Há quem nasça a saber o que quer fazer, quando e como, e que consiga efetivamente fazê-lo. Que bênção!

Não é o meu caso. Só sei que não quero isto, mas esta cabecinha pensadora (sim sou millennial em Portugal, portanto, para quem percebe a referência: Olá, bestie!, Para quem não a percebe: Esta juventude de hoje em dia não sabe nada!, é o que tenho a dizer) não desenvolve mais nada nessa matéria.

Comecei a tentar perceber o que se passa aqui por dentro, com os meios que tenho (i.e., meios gratuitos e online, porque isto com 4 crianças e um gato o dinheiro não sobra), e deparei-me com um podcast já de 2021 que parece estar a começar a ajudar, pelo menos está a começar a ajudar a perceber como deveria estar a funcionar este cérebro abençoado que Deus me deu, e o que posso fazer para evoluir mais um bocadinho em relação ao que eramos na Idade da Pedra.

O podcast é “Inteligência Emocional – O Podcast”, de Paulo Moreira, e é bastante interessante, mesmo para leigos como eu, meros curiosos desta vida. O Dr. Paulo Moreira e os seus convidados explicam de forma bastante transparente e percetível basicamente como as emoções funcionam (sobretudo as emoções essenciais, sim como as que aparecem no filme DivertidaMente) a nível da psique e a nível biológico, e que consequências cada uma dessas emoções têm em nós e como podemos começar a conhecê-las e geri-las. Recomendo muito mesmo! – Não me conhece, Sr. Dr. Paulo Moreira, mas muito obrigada, assim que juntar mais uns trocos compro os seus livros também, são os primeiros da lista.

Por agora, descobri que a minha emoção básica mais proeminente é o medo, o que na verdade explica muita coisa da minha infância, adolescência, vida adulta, vida pessoal e profissional e demais variantes.

O meu amigo medo não é só aquele medo que nos ajuda nas escolhas certas tipo para não morrermos ou assim. Não, não. Este meu amigo medo traz em larga escala as suas qualidades mais desafiantes e caóticas. Senão vejamos.

O meu amigo medo congela-me, faz de mim uma estátua andante. Ando para onde é suposto andar, mas não para onde realmente quero. Ando dentro do meu quadradinho, porque é seguro, porque já lhe sei os cantos, já sei onde estão as coisas assustadoras e proíbo-me de andar por lá…É uma emoção do caraças, que só me apetece meter num quadradinho bem minúsculo e abrir o quadradinho só mesmo em caso de incêndio.

A boa notícia é que tenho pessoas ao meu lado que me ajudam a descongelar, a arriscar, a seguir em frente e fazer por começar a tentar encontrar o que gosto e o que me faz feliz, realmente fazê-lo.

Agora o que preciso saber é abrir a caixinha sozinha, sair dela e ir atrás do que realmente quero. Mas primeiro tenho que encontrar de vez essa tal coisa que me deixa realmente feliz, ou perceber se afinal já a encontrei e ainda não dei conta e não lhe dei o devido uso, e até lá muitas perguntas terão de ser respondidas e muitos caminhos terão de ser descobertos dentro desta coisa complexa que é o cérebro da Criatura-Mais-Velha.

Até lá, vou deixando aqui as minhas Tentativas e o que vou encontrando pelo caminho, e fico à espera das vossas tão prezadas notícias, pode ser que nos possamos ajudar, ou pelo dar o tão útil apoio moral.

 

Da vossa Criatura-Mais-Velha.

1 comentário:

  1. O quadradinho que me é tão familiar. Chega a ser assustador apenas procurarmos navegar dentro desse quadrado alimentado de medo e não conseguirmos ganhar as asas necessárias para reconhecer que é tempo de voar e ir atrás daquilo que nos pode tornar realmente felizes e concretizados. Boa descrição, grande iniciativa. Desejo que venham mais reflexões, uma vez que do que já li parece-me um bom alento para os que ainda navegam perdidos dentro do pequeno quadrado.

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