“O medo derrota mais pessoas
que qualquer outra coisa no Mundo”
– Ralph Waldo Emerson.
Nunca se perguntaram como
chegaram onde estão agora e porquê se transformaram no que são?
Eu dia sim, dia sim pergunto-me
isso e por vezes fico orgulhosa, mas na maior parte das vezes fico em desespero
(quem diria...o título do blogue nem é spoiler,
nem nada…).
Como é que estou em Portugal?
Como é que estou numa carreira que nada tem a ver com artes ou com mecânica?
Como é que tenho uma filha e três enteados, um marido e um gato? Como tenho a
sorte de ter a família maluca e maravilhosa que tenho? Como é que nunca tive
coragem para ir atrás do que realmente quero a nível profissional? Porquê sou
tão forreta e não aproveito mais a vida? Porque não sigo um plano até ao fim? Como
é que aos meus 35 anos (praticamente uma anciã na época dos Reis…mas com a
sabedoria do bobo da corte) ainda na verdade não sei bem o que quero fazer da
vida?
Nisto tudo, o pior dos
pensamentos para mim, e o mais recorrente, é: não é isto que quero fazer da
minha vida…
Mas se me perguntares “então o
que queres fazer?” a minha resposta é: Não sei… Só sei que me sinto presa e sem
saber como sair disto.
É complicado (para não dizer
palavras feias que ainda é cedo para isso), é uma emoção complexa, chata,
escura, angustiante, aparentemente sem sentido e sem fim.
Há quem nasça a saber o que quer
fazer, quando e como, e que consiga efetivamente fazê-lo. Que bênção!
Não é o meu caso. Só sei que não
quero isto, mas esta cabecinha pensadora (sim sou millennial em Portugal, portanto, para quem percebe a referência:
Olá, bestie!, Para quem não a
percebe: Esta juventude de hoje em dia não sabe nada!, é o que tenho a dizer) não
desenvolve mais nada nessa matéria.
Comecei a tentar perceber o que
se passa aqui por dentro, com os meios que tenho (i.e., meios gratuitos e
online, porque isto com 4 crianças e um gato o dinheiro não sobra), e
deparei-me com um podcast já de 2021
que parece estar a começar a ajudar, pelo menos está a começar a ajudar a
perceber como deveria estar a funcionar este cérebro abençoado que Deus me deu,
e o que posso fazer para evoluir mais um bocadinho em relação ao que eramos na
Idade da Pedra.
O podcast é “Inteligência
Emocional – O Podcast”, de Paulo Moreira, e é bastante interessante, mesmo
para leigos como eu, meros curiosos desta vida. O Dr. Paulo Moreira e os seus
convidados explicam de forma bastante transparente e percetível basicamente como
as emoções funcionam (sobretudo as emoções essenciais, sim como as que aparecem
no filme DivertidaMente) a nível da psique e a nível biológico, e que
consequências cada uma dessas emoções têm em nós e como podemos começar a
conhecê-las e geri-las. Recomendo muito mesmo! – Não me conhece, Sr. Dr. Paulo
Moreira, mas muito obrigada, assim que juntar mais uns trocos compro os seus
livros também, são os primeiros da lista.
Por agora, descobri que a minha
emoção básica mais proeminente é o medo, o que na verdade explica muita coisa
da minha infância, adolescência, vida adulta, vida pessoal e profissional e
demais variantes.
O meu amigo medo não é só aquele
medo que nos ajuda nas escolhas certas tipo para não morrermos ou assim. Não,
não. Este meu amigo medo traz em larga escala as suas qualidades mais desafiantes
e caóticas. Senão vejamos.
O meu amigo medo congela-me, faz
de mim uma estátua andante. Ando para onde é suposto andar, mas não para onde
realmente quero. Ando dentro do meu quadradinho, porque é seguro, porque já lhe
sei os cantos, já sei onde estão as coisas assustadoras e proíbo-me de andar
por lá…É uma emoção do caraças, que só me apetece meter num quadradinho bem
minúsculo e abrir o quadradinho só mesmo em caso de incêndio.
A boa notícia é que tenho pessoas
ao meu lado que me ajudam a descongelar, a arriscar, a seguir em frente e fazer
por começar a tentar encontrar o que gosto e o que me faz feliz, realmente
fazê-lo.
Agora o que preciso saber é abrir
a caixinha sozinha, sair dela e ir atrás do que realmente quero. Mas primeiro
tenho que encontrar de vez essa tal coisa que me deixa realmente feliz, ou perceber
se afinal já a encontrei e ainda não dei conta e não lhe dei o devido uso, e
até lá muitas perguntas terão de ser respondidas e muitos caminhos terão de ser
descobertos dentro desta coisa complexa que é o cérebro da Criatura-Mais-Velha.
Até lá, vou deixando aqui as
minhas Tentativas e o que vou encontrando pelo caminho, e fico à espera das
vossas tão prezadas notícias, pode ser que nos possamos ajudar, ou pelo dar o
tão útil apoio moral.
O quadradinho que me é tão familiar. Chega a ser assustador apenas procurarmos navegar dentro desse quadrado alimentado de medo e não conseguirmos ganhar as asas necessárias para reconhecer que é tempo de voar e ir atrás daquilo que nos pode tornar realmente felizes e concretizados. Boa descrição, grande iniciativa. Desejo que venham mais reflexões, uma vez que do que já li parece-me um bom alento para os que ainda navegam perdidos dentro do pequeno quadrado.
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